Tudo começou no início desse ano quando fui presenteada pela minha amiga do blog Alguma coisa nova, a Carolina Silva. Ela me deu um livro de presente de aniversário chamado "Pollyanna" e na dedicatória me propôs que eu aprendesse o jogo do contente. Mas Yasmin, o que é esse tal "Jogo do Contente" que você tanto fala? Não vou falar muito pra não dar spoilers sobre o livro, mas acho que ensinando vocês a jogar o jogo só vou deixá-los com mais vontade de ler o livro. Antes de ensinar o jogo, leiam a sinopse:
Pollyanna é uma história sobre o amor, a amizade e, sobretudo, sobre o surpreendente poder de transformação que as crianças e os adolescentes podem ter sem que percebam.
Uma otimista incurável, Pollyanna não aceita justificativas para a tristeza e dedica-se com afinco a ensinar a todos o caminho de superação das adversidades.
A obra é um clássico da literatura infanto-juvenil. Escrita em 1912, foi inicialmente publicada em capítulos no jornal Christian Herald, de Boston. Ganhou forma de livro em 1913 e de imediato tornou-se um best-seller.
Num trecho muito emocionante, Pollyanna ensina Nancy a jogar o jogo do contente, você quer aprender?
- Pois o jogo é assim mesmo, não sabe? - Jogo? Que jogo? - Sim, o "jogo do contente". - Sobre o que você está falando, menina? - É do jogo. Papai me ensinou, e é lindo - disse Pollyanna. - Nós o jogamos desde que eu era pequena. Eu ensinei para as senhoras da Caridade e algumas delas também o jogavam. - Mas o que é? Eu não entendo muito de jogos. Pollyanna riu de novo, porém com um suspiro. Seu rosto parecia tristonho. - Começamos a jogá-lo quando recebemos umas muletas na coleta de doações. - Muletas? - Sim, muletas. Eu queria uma boneca e papai escreveu pedindo uma. Mas, quando chegaram as doações, não havia nenhuma boneca, e sim umas muletas para criança. Uma senhora as enviou pensando que poderiam ser úteis para alguém. E foi assim que começamos. - Mas não estou vendo nenhum jogo nisso - declarou Nancy, quase irritada. - O jogo é exatamente encontrar, em tudo, alguma coisa para ficar contente, não importa o quê - respondeu Pollyanna com ar sério. - E começamos com as muletas. - Eu não vejo nada para ficar contente. Receber um par de muletas quando queria uma boneca! Pollyanna bateu palmas. - É isso - gritou ela - eu também não percebi logo e papai teve que me explicar. - Pois então me explique - retorquiu Nancy, impaciente. - Pois o jogo consiste em ficar contente porque não precisamos delas! - exclamou Pollyanna, triunfante. - Veja como é fácil quando se sabe. - Que coisa estranha! - exclamou Nancy, olhando Pollyanna com ar receoso. - Estranho nada! É lindo! - continuou Pollyanna entusiasmada. - Desde então, nós jogamos sempre. (...)
- Se jogando aquele jogo maluco a gente fica contente por receber muletas quando se quer uma boneca, ou ir para aquele rochedo à procura de refúgio, então também quero aprender esse jogo. Ah, eu quero.
"O jogo é exatamente encontrar, em tudo, alguma coisa para ficar contente, não importa o quê". – Pollyanna
Eu aprendi o jogo do contente justamente na hora
certa. Sempre fui uma pessoa muito pessimista, e de tanto sofrer com isso
deixei o pessimismo de lado e passei ao realismo. Não que tenha mudado muita
coisa, mas sempre me faltou aquilo de ver o lado bom das coisas. E confesso que
é realmente muito difícil ver o lado bom, por exemplo, de um desemprego, ou até
mesmo de uma reprovação na faculdade. Com a Pollyanna eu aprendi que é possível
sim jogar o jogo do contente, e quanto mais difícil achar um motivo pra ficar
contente com algo, melhor o jogo. Não é tão bom quando se joga no easy, não é
mesmo? Bom mesmo é no hard, quando você quase se dá por vencida e depois se dá
conta que, com um desemprego, você pode acabar se livrando de pessoas que não
reconhecem o seu trabalho, e até encontrar outro melhor. Uma reprovação pode te
mostrar que se você passasse naquela matéria chegaria despreparado para o
próximo ano, então foi bom fazê-la de novo. Assim como Pollyanna, comecei a ver
o lado bom das coisas, e tenho estado mais contente desde então.
“Muitas vezes me acontece de brincar o jogo do contente sem pensar. A gente fica tão acostumada que brinca sem saber. Em tudo há sempre alguma coisa capaz de deixar a gente alegre; a questão é só descobrí-la.” – Pollyanna
Espero que gostem do livro e que joguem o jogo do contente!
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