Destinatário: você.

Se eu pudesse te convidar para qualquer coisa nessa tarde fria de casa vazia e chegada de maio, com certeza seria para que pegasse comigo aquele atalho ali. Nem precisa se preocupar com seu saldo bancário, seus dias de folga no trabalho ou se o tanque do seu carro tem gasolina suficiente, está perto, dá pra chegar! Depois de infinitas e imensas conquistas, acredito mesmo estar na hora da gente olhar pra vida com esse sonhado, velho, insistente clichê: leveza.

Descomplicar é o que diz a placa de entrada pra rua hoje!

Vem cá pra perto exigir menos de nós dois, sentir menos culpa, ter menos medo, sei lá. Pedir ao garçom uma boa dose, conversar sobre tudo e rir daquelas histórias que já contamos uma pá de vezes. Acho que merecemos apertar os olhos com aqueles sorrisos bem largos e nossos, olhar pra nós dois descabelados abraçados no espelho. Gosto disso.

Abrir espaços pra sorrisos com você devia ser parte obrigatória do dia, combina bem mais que o silêncio em pensamentos direcionados. Aliás, essas pausas silenciosas na maioria das vezes nos fazem refletir e abrir mão por possíveis sofrimentos antecipados. Coisa chata! Prefiro quando não dá sinal no celular, quando os ponteiros do relógio param e você tá ali me olhando de perto sem que qualquer coisa depois importe.
Me intriga o que sinto por você então vou lá e coloco à prova, perco, sempre. Não é uma questão de merecimento de sentimento é só por enquanto ser seu. Complicado explicar.
Tenho me encantado por sorrisos e abraços, não nego, e as vezes tenho vontade de colecioná-los sabe? Pena não caber aqui nesse quarto bagunçado de você. Talvez eu esteja insistindo demais, talvez com medo demais, com saudade demais, te querendo demais, talvez.
O encaixe perfeito para as minhas mãos está aí e acho mais bonito esse caminho leve de mãos dadas. Não demore, nem se ausente tanto! Vem comigo! Não me perca pra essas coisas novas que estão me fazendo sorrir e andar pra longe daquele nosso caminho. Tá pertinho, é nosso, ainda precisa ser com você.