01 agosto, 2012

A porta da rua é a serventia da casa!



Não, não me venha com romances. Fecha essa porta e me deixe sozinha, pois quero dormir. Já passam das duas da manhã e não quero ter essa conversa de ''que-isso-que-nós-somos-se-não-posso-te-chamar-de-namorada''. Nada, é o que somos. Vou sair com minhas amigas, vou gritar até ficar rouca quando tocar sou-praieiro-sou-guereiro-to-solteiro e levantar minhas mãos como se eu quisesse tocar o céu, vou sentar no barzinho com meus amigos e esquecer da hora do trabalho, vou pra mais de uma festa e posso ser insensível o tanto que eu quiser. E depois disso tudo se eu sentir sua falta, eu te procuro.

Chego de mansinho como quem não quer nada, dou brecha, dou corda, abro a porta, deixo você entrar. Mas peraí, vá com calma, não é pra sair entrando com essa pressa e sentando na minha cama. Ta vendo porque eu quase não abro a porta? você é afobado demais, não espera nem eu te oferecer um café. Te pergunto se quer alguma coisa, e ouço um ''você''. Para! Não é com esse seu romantismo que vai me conquistar, não mesmo. Vamos começar de novo? Você bate na porta, pergunta se estou ocupada, eu digo que não e você entra de mansinho, passo-a-passo, pega na minha cintura e me puxa pra perto de você, me beija na bochecha e diz ''sentiu minha falta?''. Agora sim, vamos  por partes. Para com essa mania de querer atropelar as palavras, ser precipitado e querer sempre rotular as coisas. Nós não somos nada, e pelo que depender de mim, não passaremos disso. Você tem pressa, calma. Não precisa ir embora, mas também não precisa ficar se não quiser. Talvez eu até prefira você longe, essa sua paixão toda me incomoda.

Te amo? Saudade? Conhecer família? Cachorro? Mensagens o dia todo? Ligações de hora em hora?
Peraí, vou ter que te pegar pelo braço e pedir pra ir com calma quantas vezes? Você ta estragando tudo viu! Vai, sai daqui e fecha essa porta de novo, você estraga tudo com todo esse amor que você insiste sentir e eu custo tanto a acreditar. Vai me dizer que se ama assim do nada e que sou a mulher da sua vida? Você nem viu o tanto que sou feia quando acordo, e nem imagina que quando você sai coloco minhas pantufas de vaquinha e entro no meu mundinho cor de rosa que nem uma menininha.

Você nem desconfia da quantidade de merdas que falo durante o dia e nem conhece minhas futilidades. Você não faz ideia do medo que tenho de me envolver e do tanto que odeio que me pressionem. Não sabe que o tanto que gosto de você é o mesmo tanto que te odeio, e que você estraga tudo no final. Bom, agora você sabe, viu, desconfia, tem ideia, conhece.

Não me faz gostar de você, porque quanto menos você tentar, mais a gente vai durar. Eu to no ''meu momento'', não no ''nosso''. Quero passar por essas coisas sozinha, e ninguém vai mudar isso em mim, nem você. Ei, onde você ta indo? Não acabei de falar. Não me olha com essa cara de cachorro abandonado, pois se você não sabe, isso não me comove e eu prefiro gatos. Ok, talvez eu me sinta mal por ser assim, talvez. Pensando bem, não sinto absolutamente nada. Deixei bem claro todo esse tempo que sou minha antes de ser de qualquer pessoa, então levanta esse traseiro da minha cama e fica de pé.

Olha nos meus olhos e veja que nunca falei tão sério em toda a minha vida. Para de tentar competir com as coisas que eu gosto, pois talvez você não esteja preparado pra não ser o escolhido. Talvez eu prefira aquele bolo de cenoura com calda de chocolate, e deseje mais ele do que te desejo. Então pare de querer ser prioridade, onde você é apenas uma opção. Ah, vai, quando foi que te enganei? Quer saber? Não te devo explicações. Pega seu capacete em cima do guarda-roupas que você fez ''questão'' de deixar comigo e leva embora seu pretexto pra me ver de novo. Fica lá com seu ciúme e sua insegurança, pois não cabe isso tudo aqui no meu quarto. Já não me basta a saudade dividida em sacos e caixas e você ainda me vem com essas coisinhas que odeio.

Já foi? Olha, se não sabe jogar meu jogo, não jogue os dados na mesa e nem distribua as cartas. Não to aqui pra perder, e nem pra me apaixonar e entregar meu coração numa bandeja pra ser fatiado. Meu jogo, minhas regras. Quando você aprender como se joga, me liga. Ou não, me deixa sentir saudade e me deixe te ligar. Você corre um grande risco de não receber essa minha ligação, mas também há grandes chances de eu te ligar daqui a 5 minutos. E nesse meio tempo não faça nada de errado tá? Nem tente me fazer ciúmes pois isso é outra coisa que não faz nem cócegas.

Só mais uma coisa? Para de cair em contradição. Você fala uma coisa, faz outra, volta atrás, e aquele seu ''nunca mais faço tal coisa'' vai por água abaixo e você perde aquele pontinho de credibilidade que me passou. Pronto, querido, já terminei por aqui. Quer mais café? Ou uma água talvez? Desculpa a sinceridade, mas é que cansei de tentar não te fazer sofrer, e acabar sofrendo sozinha. A última coisa, não esquece de apagar a luz e fechar a porta quando sair viu? E nada de esquecer esse capacete de propósito aqui outra vez.

7 comentários:

  1. Impressionanteee,simplesmente ameiiiiiii *-*

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  2. acho ridículos seus textos

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  3. Tudo bem, ninguém é obrigado a gostar não, viu?!
    Espero que um dia você estenda o significado deles e possa gostar de algum, beijos!

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  4. nossa mas que idiota se não gosta fica na sua ai não precisa ficar falando mal. Pra que leu então? Eu amo os textos dela e me identifico com a maioria.....

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